Nos redutos mais tradicionais de Florianópolis, costuma-se dizer que o maior sonho do manezinho é um dia ver a ilha romper sua ligação com o continente e sair mar adentro, deixando para trás o restante do Brasil com todas as suas contradições.
E de tanto sonhar com isso, o manezinho acabou chamando a atenção dos deuses. E não sei se por generosidade ou ironia, ou ainda por um imenso tédio celestial, seu desejo um dia foi atendido. E como era vontade dos deuses, a ilha não apenas se desgarrou do continente, como também de todo o planeta.
Foi num dia quente do mês de março – Um sábado, para ser mais exato – logo depois de mais uma caótica temporada turística, que o céu da ilha escureceu. Em pleno meio-dia, o sol havia desaparecido por trás de um imenso objeto, que flutuava sereno sobre a cabeça dos atônitos ilhéus.