Ele era conhecido nas redondezas
onde morava como Zé Biguá. O Zé era uma escolha da mãe, devota de São José. O
complemento nada tinha a ver com o pai, nem tampouco com a ave homônima. Ficava
por conta de certo hábito que ele tinha em sair correndo para a privada logo
depois de uma refeição. A rima que resultou das galhofas que o acompanhavam
nessas ocasiões acabou por lhe conferir a alcunha que ele passou a carregar
desde menino. Mas deixemos os detalhes sórdidos de lado e atemo-nos à história
de Zé Biguá, um caipira cheio de esperteza que um dia saiu de casa disposto a
conquistar o mundo.
E foi com essa disposição que Zé
Biguá acabou por se encontrar no grupo selecionado para trabalhar como peão na
fazenda Santa Rita, em Araçatuba. No primeiro dia, os peões contratados foram
divididos entre as funções que iriam desempenhar. À Zé Biguá coube cuidar dos
touros reprodutores da fazenda, na ingrata função de apontador. Quando soube do
que se tratava, Zé Biguá pensou em desistir. Ajudar o touro a encontrar o caminho
para cobrir a vaca não era o trabalho que sonhava. Apesar disso, acabou
ficando. Precisava do emprego e, afinal, havia trabalhos piores na fazenda.