Leila Diniz era um paradoxo ambulante. Você acreditaria que uma professorinha de jardim de infância, de subúrbio, tivesse força e atitude para afrontar o conservadorismo reinante no Rio de Janeiro da década de 1960? Pois aquela menina meiga e doce fez bem mais que isso e transformou-se ela própria num ícone da emancipação feminina. Apesar disso foi invejada e criticada, tanto pela sociedade conservadora das décadas de 1960 e 1970, quanto pelas feministas, que a consideravam apenas um objeto sexual.
Aparentemente alheia ao turbilhão de polêmicas que causava, Leila Diniz seguiu sua trajetória de vida ignorando tabus e preconceitos numa época de grande repressão política e social. O Brasil vivia os anos de chumbo da ditadura, mas ela escandalizava o país inteiro ao exibir a sua gravidez de biquíni na praia, e chocava com declarações explícitas sobre sua própria sexualidade: “ Transo de manhã, de tarde e de noite”, dizia aos carolas de plantão.