Desde a trilogia “O Mundo de Bardho”, que me acostumei com a ideia de a autora ser uma escritora de livros de aventura e fantasia. Essa impressão persistiu ainda na leitura do delicioso conto “Um presente para Graça” e no ótimo Romeu e Julieta, sua comovente versão para a peça homônima de Shakespeare. É claro que essa impressão sobre a escritora e sua obra era mais um fruto da minha imaginação tacanha e, nem de longe, correspondia à realidade. Lívia é, com efeito, bem mais que isso.
A leitura de “O dia em que salvei o mundo” tratou de demolir essas convicções. Já na sinopse, percebi que o buraco era mais embaixo. Apesar disso, ainda resisti em mudar. Afinal, uma jovem escritora, que exerce outra profissão, é mãe e dona de casa, já tem muito com o que se ocupar, para entrar no árido campo da física quântica e dimensões paralelas. Contudo, Lívia o fez e engendrou uma trama perfeitamente lógica e verossímil, numa narrativa de tirar o fôlego.
A história gira em torno das peripécias de um jovem envolvido numa trama cósmica que ameaça destruir a existência em várias realidades. Conceitos de física quântica, matéria e antimatéria são encadeados num ritmo alucinante e revelados durante uma busca frenética do personagem por uma mulher misteriosa, enquanto tenta compreender uma série de acontecimentos estranhos.
O livro está disponível em e-book e formato impresso, na Amazon ou direto com a autora.
1 comment:
Também li e gostei muito, apesar dos vários erros de digitação que encontrei, os quais anotei e enviei pra autora. Concordo bastante com sua impressão e achei o ritmo muito bem pontuado.
Curiosamente tocaste justo numa questão que me deixou na dúvida, sobre a obra esconder sua natureza até um estágio bastante avançado da estória, o que me preocupa pelo fato de poder fazer um leitor mais apressado que queria ver uma estória de Ficção Científica talvez abandonar o texto por achar que se trate apenas de um drama pessoal de um jovens com possíveis transtornos mentais.
E por outro lado, poderia também decepcionar alguém que prefiram essa temática mais psiquiátrica mas depois se deparem com uma obra de FC. Comuniquei essa preocupação à autora também, e sugeri que o problema poderia ser resolvido apenas com um trabalho de capa mais sugestivo.
A capa, também, é outro ponto que questionei, visto poder dar impressão de ser uma obra mais infantil do que realmente é.
De qualquer modo, é um ótimo livro.
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